Existem quatro estilos energéticos nas Energias do Amor que descrevem as diferentes formas como as pessoas expressam e recebem amor.
Existem muitas formas de podermos demonstrar o nosso amor e de interagir com a pessoa amada, uma das dimensões menos reconhecidas no amor é a sua componente energética.
Os quatro estilos energéticos
Nas Energias do Amor, consideramos que existem quatro estilos energéticos diferentes, mas complementares, que descrevem as diferentes formas de expressar e receber amor:
Cinestésico
Auditivo
Visual
Digital
Para percebermos melhor estes quatro estilos energéticos é preciso fazermos uma breve viagem pelo desenvolvimento humano.
Estilo Cinestésico
A vida pré-natal é inicialmente uma experiência cinestésica. Tudo é experimentado aqui e agora, não existe passado nem futuro. Se a mãe é feliz, a vida é boa. Se a mãe está triste, assustada ou desnutrida, o universo é um lugar muito mau. De repente a mãe sorri, e está tudo bem de novo. O eterno agora!
Estilo Auditivo
À 16ª semana de gestação o feto já consegue ouvir e responder aos sons. Na 24ª semana, consegue escutar ativamente a mãe, para além do “tapete de som” (batimento cardíaco da mãe, respiração, movimentos intestinais). Existe uma segunda maneira de “experienciar” o mundo. A experiência do momento deixa de ser a única fonte de informação. Aumenta a complexidade sensorial e inicia-se o conflito. Se a mãe tem uma indigestão, o mundo é um lugar mau. Mas a mãe, ao mesmo tempo, também está a cantar uma canção de embalar. O mundo também é um lugar bom. Em qual devo confiar?
Estilo Visual
Após o nascimento, o recém-nascido pode ver até 30 cm, embora esteja tudo ainda muito desfocado. Mas a visão melhora e, com ela, uma maneira muito diferente de “experienciar” e de “ver” o mundo. Passamos a ganhar a capacidade de colocar as coisas em perspetiva, relativizar e comparar. E a desenvolver os conceitos de perto, longe, bonito, feio, certo, errado, ordem e desordem.
Estilo Digital
Uma quarta maneira de “experienciar” a vida é através de símbolos e palavras que nos permitem representar mentalmente as experiências sensoriais. Nasce uma forma intelectual, digital, de perceber o mundo. O pensamento abstrato permite-nos manipular ideias e conceitos para que possamos fazer planos, traçar metas e visualizar possibilidades. A razão acima da emoção!
Todos nós utilizamos estes quatro estilos energéticos no nosso quotidiano, mas perante um stress relacional, existe um que sobressai, que é dominante. Este estilo energético primário é genético e determinado in útero. Não tem a ver com a nossa educação!
Considere a seguinte cena:
Um casal recente, João e Maria, está sentado numa esplanada. O João é um indivíduo altamente visual e a Maria é extremamente cinestésica.
João: (observando as pessoas no café) "Olha só para aquela senhora ali. Parece-me estar muito feliz."
Maria: (fechando os olhos e franzindo a testa) "Como é que tu sabes que ela está feliz? Eu não consigo ver nada disso."
João: (sorrindo) "Bem, eu consigo ver o sorriso dela. É um sorriso largo e tem os olhos a brilhar."
Maria: (abre os olhos e olha à volta) "Não estou a ver nada disso. Mas consigo sentir a energia deste lugar. Parece que as pessoas estão a divertir-se bastante.
João: (confuso) "Como é que estás a sentir a energia deste lugar? Não é apenas um lugar-comum?"
Maria: (sorri) "Não, para mim, é como se o lugar estivesse vivo. Consigo sentir a vibração das pessoas e do ambiente."
João: (frustrado) "Não consigo entender como é que tu consegues sentir algo que não é tangível. Para mim, a única forma de entender as coisas é através daquilo que consigo ver."
Maria: (também frustrada) "Mas para mim, o que é importante é como eu me sinto em relação ao ambiente e às pessoas. Consigo sentir a energia positiva ou negativa e isso ajuda-me a ter uma melhor compreensão das coisas."
João: (respirando fundo) "Acho que estou a perceber o que queres dizer, mas para mim é difícil compreender algo que não pode ser visto. É como se eu estivesse a perder uma parte importante da experiência."
Maria: (tocando na mão de João) "Eu percebo que pode ser difícil para ti, mas acho que podemos aprender muito um com o outro. Se eu te ensinar a sentir a energia das pessoas e dos sítios, e tu me ensinares a ver as coisas, teremos uma experiência mais completa."
João: (sorrindo) "Isso é uma boa ideia. Vamos tentar aprender um pouco um com o outro. Quem sabe, podemos descobrir coisas novas sobre nós mesmos e sobre o mundo."
Maria: (sorrindo de volta) "Exatamente. Afinal, um relacionamento é sobre aprender e partilhar as nossas experiências, para crescermos em conjunto."
Esta "leve" discussão ilustra como indivíduos com diferentes estilos energéticos de percepção podem ter dificuldades em comunicar. No entanto, também destaca a importância de nos abrirmos para novas experiências e aprender com o outro. Ao entender e apreciar as diferenças do outro, podemos melhorar o nosso relacionamento e enriquecer a nossa vida pessoal e social.
Saber reconhecer e reagir de forma adequadas às diferenças energéticas de cada um dos estilos energéticos primários parceiros é um aspeto essencial para desenvolver compaixão por essas mesmas diferenças, principalmente durante momentos de stresse e tensão, que são inevitáveis em qualquer relação.
No entanto, para tirarmos todo o benefício desta ligação energética, é preciso aprendermos a reconhecer o nosso estilo energético primário, bem como o da pessoa que está ao nosso lado.
Nos próximos artigos irei abordar as características de personalidade associadas a cada um dos estilos energéticos, bem como estratégias de comunicação para lidar mais eficazmente com cada um deles, nos momentos em que mais precisamos.
Até breve,
João Pestana
p.s. quem quiser aprofundar esta questão, temos um Curso Básico de Introdução às Energias do Amor disponível aqui no site do Método Pestana.
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